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O Ambulatório de Sono (ASONO) do Instituto de Psiquiatria do complexo HCFMUSP passou a funcionar com esse nome em 2012, antes dessa data, existia como complementação especializada para médicos que buscavam se aprofundar na Medicina do Sono. Nosso ambulatório funciona uma vez por semana e atende pacientes referenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que apresentem transtornos do sono.
Os atendimentos são conduzidos por médicos de diversas especialidades: psiquiatria, neurologia e clínica médica, além dos residentes de medicina do sono e de psiquiatria.
Nosso objetivo é uma abordagem diagnóstica precisa e, para isso, dispomos de exames diagnósticos como polissonografia, teste das múltiplas latências de sono e actigrafia, além de um tratamento completo e personalizado que inclui abordagem não-farmacológica, como psicoeducação e psicoterapia específica para o sono. Também utilizamos, quando necessário prescrição de medicamentos de forma responsável e programada.
Os principais transtornos do sono atendidos pela nossa equipe estão abaixo relacionados.
Conhecimento e informação são fundamentais para definir o que é um sono de qualidade, precisamos conhecer um pouco da nossa fisiologia do sono para compreender fatores que ajudam e aqueles que atrapalham nosso sono. Para isso, desenvolvemos pequenos vídeos educativos, muito importantes não só para nossos pacientes, mas também para familiares e profissionais da saúde.
Sintomas de insônia são muito frequentes na população e podem estar associados a ansiedade, preocupações, dor e tantas outras situações que se apresentam diariamente. Quando falamos em Transtorno de Insônia Crônica, nos referimos a uma doença que tem critérios diagnósticos e tratamento apropriados. Quais são esses critérios diagnósticos?
Dificuldade para iniciar o sono, dificuldade para manter o sono ou despertar precoce matinal;
Sintoma diurno como cansaço, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, piora da memória, dor…
Periodicidade, ou seja, tudo isso ao menos três vezes por semana durante três meses;
Oportunidade e ambiente de sono adequados;
Ausência de doença clínica ou psiquiátrica, além de medicações ou drogas que possam interferir no sono.
Como podemos tratar o Transtorno de Insônia Crônica?
Muitas vezes o tratamento pode ser não-farmacológico, ou seja, sem remédios! Higiene do Sono, controle se estímulos e terapia cognitiva-comportamental estão na primeira linha de opções. Quando necessário, podem ser utilizados diferentes grupos farmacológicos para melhorar o sono dos pacientes.
A Narcolepsia é considerada uma doença rara, caracteriza-se pela necessidade súbita e incontrolável de dormir que pode estar associada à outras manifestações como paralisia do sono, alucinações ao adormecer ou despertar e cataplexia.
A cataplexia é a perda do tônus muscular de forma súbita, com consciência mantida, normalmente quando há exacerbação de emoções, em especial positivas como alegria, felicidade e sorrisos.
Os “ataques de sono” podem vir acompanhados de sonhos, são curtos e rapidamente reestabelecem a vigília dos pacientes, porém, em pouco tempo há nova necessidade de sono. O sono noturno é fragmentado, e, por isso, sua qualidade está comprometida, o que faz com que sintomas diurnos físicos e psicológicos estejam presentes.
A Narcolepsia é uma doença que tem seu diagnóstico atrasado por inúmeras razões, levando à importante comprometimento da qualidade de vida global e sofrimento dos pacientes. Para o diagnóstico é necessário realizar o Teste das múltiplas latências do sono, além da avaliação clínica detalhada. O tratamento pode variar de medidas comportamentais ao uso de psicoestimulantes.
O sonambulismo é a mais conhecida doença do grupo das parassonias (comportamentos indesejados durante o sono), muito comum na infância, se caracteriza por um despertar confusional seguido pela saída da cama, caminhando ou mesmo correndo. Embora acordado, o indivíduo tem diminuição da percepção sensorial e vigilância reduzida, além de prejuízo cognitivo durante o evento.
O comportamento fora da cama pode ser simples, como caminhar e voltar para a cama, como também, mais elaborado, podendo preparar refeições ou até mesmo dirigir um veículo. Normalmente não há memória dos eventos realizados durante o dia seguinte, a menos que alguém relate o ocorrido ou haja comprometimento da saúde física do indivíduo.
Quando aparece na infância, normalmente a resolução é espontânea e não precisa de tratamento, apenas acompanhamento. Já para os adultos, o tratamento é personalizado, cada caso precisa ser analisado dentro do contexto individual.
Esta doença, normalmente, leva à dificuldade em iniciar o sono, porém, despertares noturnos com dificuldade para voltar a dormir podem estar associados. Caracteriza-se por uma urgência em movimentar as pernas perto da hora de dormir, associada a sensações desagradáveis, em especial, quando anoitece.
A impossibilidade em permanecer deitado para dormir, embora com sono, faz com que o paciente se levante e caminhe para aliviar essa angústia. Muitas vezes o sono vem com a exaustão e no dia seguinte, cansaço e sonolência são sintomas muito comuns. História familiar e sexo feminino são fatores de risco aumentado para o desenvolvimento da síndrome das pernas inquietas.
Esta doença tem ciclos, oscilando entre fases com mais e menos sintomas, gravidez, deficiência de ferro e doença renal crônica estão associadas à piora desta condição. O tratamento é planejado em função da gravidade dos sintomas e da repercussão destes sintomas na qualidade de vida do paciente. Medidas comportamentais como a prática de atividade física de baixa intensidade, podem oferecer pequena melhora dos sintomas.
Este transtorno respiratório do sono, muito prevalente, têm entre as principais consequências o aumento do risco cardiovascular e alterações metabólicas. Alguns fatores parecem estar associados ao risco aumentado para apneia obstrutiva do sono, como ronco, obesidade e sexo masculino.
Embora o diagnóstico clínico possa ser muito assertivo, a polissonografia é o exame que determina o diagnóstico e a gravidade do quadro. O tratamento é determinado pela gravidade da doença e os riscos associados de cada paciente. Existem medidas não-farmacológicas a serem seguidas, como perda de peso, exercícios de fonoaudiologia e atividade física, além da melhora dos índices respiratórios que pode ser obtida por meio de dispositivos como o aparelho de CPAP (pressão aérea positiva contínuo) ou o aparelho intra-oral de avanço mandibular.
As doenças do sono podem ser classificadas em seis grandes grupos, colocamos aqui as principais doenças de cada grupo:
1. Insônias: transtorno de insônia crônica e insônia de curta duração;
2. Transtornos respiratórios: apneia obstrutiva do sono, apneia central do sono, hipoventilações relacionadas ao sono;
3. Hipersonolências centrais: narcolepsia, hipersônia idiopática, síndrome do sono insuficiente (privação de sono)
4. Transtornos do ritmo circadiano: atraso de fase do sono, avanço de fase do sono, trabalho em turnos ou noturno, Jet lag, ritmos irregulares e não-24 horas;
5. Parassonias: NREM (despertares confusionais, sonambulismo, terror noturno) e REM (transtorno comportamental do sono REM, pesadelos e paralisia do sono);
6. Transtornos do movimento relacionados ao sono: síndrome das pernas inquietas, movimentos periódicos dos membros, bruxismo do sono.
O vídeo ao lado explica como o sono varia ao longo da vida, veja a necessidade de sono média para sua idade. Saiba o que são cronotipos e tente descobrir o seu!
Privação de sono é atualmente um dos principais problemas de sono. Dormir pouco aumenta o risco cardiovascular, aumenta a incidência de hipertensão, aumenta a resistência à insulina, além de alterações cognitivas importantes. Por outro lado, dormir bem melhora o sistema imunológico, melhora o humor e todo nosso metabolismo.
Entenda o que é insônia e como podemos tratá-la!
A Higiene do sono é o conjunto de hábitos e medidas comportamentais que favorecem uma boa qualidade de sono. Para melhor compreensão e aplicação, consideramos cinco pontos importantes para serem trabalhados: ambiente de sono, alimentação, rotina, ritual de sono e trabalhar as preocupações pré-sono. Esta abordagem visa instituir hábitos saudáveis para o sono de forma definitiva, fazendo com que o indivíduo compreenda a importância do sono e principalmente do processo de adormecer.
“Tratamentos psicológicos e comportamentais para insônia”.
Desenvolvimento de pesquisas em tratamentos com abordagem não farmacológica, comportamental e psicológica para insônia e problemas de sono.
– Avaliar a eficácia de uma nova terapia comportamental em grupo para insônia em adultos de 18-59 anos.
– A Terapia de Aceitação e Compromisso é uma terapia comportamental de terceira geração que vem demonstrando resultados positivos em várias queixas psicológicas/psiquiátricas, como depressão, ansiedade, abuso de álcool e drogas etc. Atualmente estamos testando se esta modalidade também traz benefícios para a melhora das queixas de insônia.
– Esta pesquisa recebe apoio do Programa Jovem Pesquisador da Fapesp.
– Pesquisadora Responsável: Renatha El Rafihi Ferreira.
– Estabelecer um protocolo para investigação das hipersônias de origem central, utilizando actigrafia para monitoramento do sono antes e durante o processo diagnóstico.
– A sonolência excessiva diurna (SED) é uma queixa médica comum, presente em diferentes populações, podendo ser caracterizada pela incapacidade de permanecer acordado durante o período de vigília esperado. O teste das múltiplas latências do sono (TMLS) é a melhor opção. O grande ponto é preparar o paciente adequadamente para o exame de maneira que o resultado seja o mais específico possível. O objetivo deste estudo é testar a efetividade diagnóstica de um novo protocolo de investigação para casos de SED com suspeita diagnóstica de hipersônia de origem central, que utiliza actigrafia para monitoração da rotina pré-sono e inclui desmame medicamentoso antes do TMLS.
– Pesquisadora Responsável: Andrea Cecilia Toscanini.
– Pesquisadores: Rosa Hasan e Israel Soares Pompeu de Sousa Brasil
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